Detentos
tentam invadir pavilhão de facção rival.
PM tenta conter os presos com bombas de efeito moral
Do G1
Presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio
Grande do Norte, voltaram a se rebelar nesta terça-feira (17). A informação foi
confirmada pelo Comando da Guarda da unidade prisional. Os presos dos pavilhões
1, 2, 3 e 4 tentam invadir o pavilhão 5. Eles estão com paus, pedras e facas. A
PM tenta conter a situação com bombas de efeito moral e tiros de arma não
letal. "A situação é muito tensa", disse o major Wellington Camilo,
do Comando da Guarda Penitenciária.
A Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc)
confirmou que a situação é tensa, mas disse que não pode confirmar uma nova
rebelião. Há gritaria e os presos do Sindicato do Crime e do PCC montaram
barricadas. Viaturas da Força Nacional fazem o patrulhamento dos arredores do
presídio para tentar impedir fugas.
Por volta das 11h55 foram ouvidos muito tiros
dentro da unidade. Ainda não se sabe se foram tiros com munição não letal.
No último fim de semana uma rebelião de mais de 14
horas em Alcaçuz deixou 26 mortos. Cinco presos identificados como chefes da
facção que comandou o massacre do fim de semana foram retirados de Alcaçuz para
prestar depoimento e serão transferidos para outros presídios. Nesta terça (17)
o governador Robinson Faria disse, em Brasília, que a situação estava sob
controle.
Rebelião
Segundo o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Wallber Virgolino, a
rebelião em Alcaçuz começou na tarde do sábado logo após o horário de visita. O
secretário disse que os presos do pavilhão 5, que abriga integrantes do
Primeiro Comando da Capital (PCC), usando armas brancas, quebraram parte de um
muro e invadiram o pavilhão 4, onde há presos que integram o Sindicato do
Crime, facção criminosa rival do PCC. A rebelião foi controlada na manhã de
domingo (15). Ainda de acordo com Virgolino, todos os 26 mortos são do
Sindicato.
Na segunda-feira, os presos amanheceram em cima dos telhados
dos pavilhões com paus, pedras e facas nas mãos, além de
bandeiras com as siglas de facções criminosas. A Sejuc nega que a rebelião
tenha sido retomada, mas diz que a situação é tensa dentro da unidade. Por
volta das 11h50 a Polícia Militar entrou na área dos pavilhões e os detentos
desceram dos telhados.
Além dos 26 mortos, o governo do estado confirmou
que existe a suspeita de que haja mais corpos dentro da unidade e que o Corpo
de Bombeiros fará a busca dentro da fossa. Um carro da Companhia de Águas e
Esgotos do RN (Caern) chegou ao local por volta das 11h para esvaziar a fossa.
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