O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta terça-feira, pelo
retorno do goleiro Bruno Fernandes à prisão. A maioria dos ministros da casa
votou contra o habeas corpus que garantia a liberdade do jogador. A decisão foi
tomada por três votos a um. Marco Aurélio Mello, que concedeu, em fevereiro
deste ano, a liberdade do jogador, foi o único voto a favor. Alexandre de
Moraes, Luiz Fux e Rosa Weber votaram para Bruno retornar à prisão. O ministro
Luís Roberto Barroso não participou da votação. Bruno foi condenado pelo assassinato
da ex-amante Eliza Samudio, em 2010, e estava solto desde 24 de fevereiro, por
decisão do ministro Marco Aurélio Mello.
Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
encaminhou ao STF um parecer pedindo a revogação da decisão que libertou Bruno.
Desde que teve liberdade concedida, o jogador estava atuando no clube Boa
Esporte, de Minas Gerais. O advogado do jogador Luan Veloso, soube da decisão
pelo EXTRA e afirmou que irá se reunir com o restante da defesa para definir a
estratégia a partir de agora.
- Jesus - exclamou o advogado quando soube da decisão - Isso não estava
nos nossos planos. Vou conversar com o Lúcio Adolfo para ver o que faremos. Mas
não tenho o que comentar nesse momento - disse.
Procurado também pelo EXTRA, Lúcio Adolfo, o outro advogado do jogador,
não atendeu às ligações. Nesta segunda-feira, ele comentou a possibilidade de
retorno de Bruno à prisão. O advogado disse que o jogador estava
"apreensivo", mas confiante no resultado.
— Não acredito nessa possibilidade. O Ministro Marco Aurélio Mello
concedeu a medida liminar, que é algo muito dificil. O Bruno está trabalhando,
não esta na gandaia, não fala mal de ninguém. Ele está calmo e tranquilo. Está
apreensivo, mas confia no Judiciário. Caso isso aconteça, vamos apresentá-lo e
recorrer no que for preciso — disse o advogado.
A defesa de Bruno também comentou as críticas de Rodrigo Janot à equipe.
O procurador refutou a tese da defesa sobre a demora do julgamento de um
recurso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais enquanto o goleiro estava preso.
— Não é absolutamente verdade. Quando um advogado demora pra entregar o
processo, o juiz manda ir lá e buscá-lo. Ele não tem o que falar sobre isso. Se
o processo atrasou, não foi culpa da defesa — declarou.
Bruno foi condenado pelo assassinato de Eliza Samudio em março de 2013.
A pena foi de 22 anos e três meses de prisão. Mas como até fevereiro passado
ainda não havia confirmação ainda da condenação na segunda instância, Marco
Aurélio determinou que ele tivesse o direito de recorrer em liberdade.
Na ocasião, o ministro foi duramente criticado por conceder liberdade ao
goleiro. Em entrevista ao jornal 'O GLOBO', Maurco Aurélio Mello disse que a
decisão "não foi politicamente correta".
- Nem sempre nós concebemos harmonia com os anseios sociais. Às vezes, o
Supremo tem que ser contra majoritário. É função dele tornar prevalecente a
ordem jurídica, e foi o que eu fiz. Claro que a minha posição não foi
politicamente correta.
(Extra.com)
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